terça-feira, 30 de novembro de 2010

As primeiras madrugadas de mãe


                Ser mãe é um barato, mas também dá um trabalho... E realmente o que todo mundo diz que “depois que você tem um filho, nunca mais vai dormir uma noite de sono sossegada” é verdade. Mesmo que você durma feito pedra, há uma espécie de instinto que deixa uma parte do seu cérebro ligado, e qualquer “uen” que seu filho dá você acorda. E comigo não é diferente, como foi o caso...
                Pois é, madrugada de sábado pra domingo, quase 4h da manhã, enquanto eu sonhava na minha cama, ao lado no berço meu filho começava a se espreguiçar, quando de repente ele solta aquele pum que parece um adulto preso há uma semana, ai começa: “Eh... Eh... ehn... Uennnn...” e eu acordo azoada. Ligo a luz e ele ta lá com aquela cara que não tá gostando, e com toda paciência do mundo vou procurar o motivo: fome não é, nem frio nem calor, nem dor... Ah, é a frauda suja! – e meu filho é abusado, não gosta de ficar sujo não, qualquer coisinha abre logo o berreiro e não pára enquanto não for trocado.
                E lá vou eu trocar: tirei a frauda suja, limpei direitinho, e durante o processo ainda tenho que ficar fazendo gracinha: “meu cocozinho chocante!”, “meu menininho lindo!” – tem que fazer festa né ( não sei por que a gente insiste em falar feito menino pequeno pra tentar se comunicar com eles, mas parece que eles gostam...). Aí quando termino de colocar a frauda e deixo bem bonitinho pra voltar a dormir ele se espreguiça e se espreme de novo e pronto: outro “pum premiado” daquele. Eu fico um pouco indignada, mas quando olho pra ele, ele ta dando aquele sorrisinho banguelo que faz qualquer um se derreter. Fazer o quê, né?! Paciência... Lá vou eu trocar de novo. E no meio do processo ele se espreme de novo e solta um tiro que parece o que Bin Laden queria dar a Bush no 11 de setembro! Melou tudo: ele, a roupinha dele, meu braço, minha roupa, o lençol da cama, a grade do berço, o lençol do berço, tudo... foi uma cagança geral!
                 – ...mas que merda! – pensei, literalmente. E por onde começar a limpar? E lá fui eu: tive que limpar ele, depois dar um banho nele (é, que só lencinho umedecido e algodão com água não resolvia, o estrago foi grande mesmo). Depois fui limpar o berço, trocar o lençol do berço, acordar o marido pra trocar o lençol da cama e enfim poder tomar um banho também. E depois de toda essa maratona, ainda vou dar de mamar para ele ir dormir tranqüilo, e não adianta, por mais que pareça um saco, não há chateação nem raiva, mas sim uma sensação de dever cumprido, e um alívio misturado com orgulho quando eu o vejo pegando no sono de mansinho e esboçando aquele sorrisinho lindo até adormecer. Nesse meio tempo eu já perdi o sono, o dia começa a amanhecer... éh, só me resta lamber minha cria e admirar... e esperar que mais um dia comece...
                Vida de mãe não é fácil, mas vale à pena... E só de pensar que a gente cuida tanto e depois que cresce manda a gente se... bem, mas mãe serve pra isso mesmo. É nosso dever cuidar, educar, amar, proteger e preparar pro mundo e esperar que cresça e se torne uma pessoa feliz e saudável. E enquanto der trabalho, tudo bem, filho só não pode trazer decepção, e para isso, eu sei que o exemplo parte de mim que sou mãe.
(crônica baseada em fatos reais, por TASMARIA)

3 comentários:

ON - Outras Notícias disse...

... pode dar trabalho, mas é a melhor coisa do mundo!!!

Pacheco disse...

Vc está me saindo uma "senhora" mãe!Tô muito orgulhosa da filhota. Bjão.

Mell Santos disse...

Putz fiquei me vendo nessas sua palavras, td que sempre quis escrever...Parabéns!!